Vácuo preenchido

Finalmente consegui assistir Slowdive ao vivo, depois de ter ingresso na mão duas vezes e precisar vendê-los horas antes por motivos mil.

Foi ainda melhor do que eu esperava. Som enorme, mais pesado e expansivo do que nos discos. Rachel cantando maravilhosamente, as guitarras abrasivas sempre se entrelaçando, o baixo pesado e no centro de tudo, bateria aguda e servindo para manter o fluxo sempre adiante.

Fiquei com os olhos marejados no bis durante “Machine Gun” e quase apaguei em “No Longer Making Time”, que foi a quinta música do setlist. Essa pra mim foi o ápice sensorial do show, pois fui absolutamente fustigado pela catarata de luzes estroboscópicas vindas do palco. Fechei os olhos, olhei pro chão e durante alguns minutos (que pareceram uma eternidade) achei que realmente poderia estar tendo uma experiência de arrebatamento completo. Num estádio isso já engoliria o ambiente todo, mas num ambiente relativamente pequeno a experiência foi de estar correndo perigo por uma boa causa.

Que coisa formidável testemunhar uma banda tão influente no que parece ser o seu ápice criativo e performático. Ficar 22 anos sem lançar um disco talvez tenha produzido as condições ideais para um universo que parece não ter fim.

Bônus 1: tenho uma playlist no Apple Music com o que considero boas músicas no espectro shoegaze/dream pop. Se for usuário do Spotify, existem ferramentas como o playlistor.io que fazem o trabalho de conversão. E como toda minha playlist, é infinita e eterna. Vou colocando sons novos sempre que lembro ou quando algo me impressiona.

Bônus 2: registros do show feitos pelo fotógrafo Ben Houdijk.

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